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Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa 1r1h6e
Ficamos espantados ao nos depararmos com manchetes de atos violentos contra as mulheres. Muitos acreditam que estes agressores possuem desvios de personalidade, que agiram de forma violenta de forma individual. O que não percebemos é que essa atitude foi construida durante centenas de anos por meio de uma cultura machista onde a mulher é vista como objeto. Até mesmo o mito de criação presente no livro sagrado dos cristãos e judeus, coloca a mulher associada ao pecado e como um ório do homem.
Um machismo que foi legitimado culturalmente, inclusive pela música: “Não chora/Me desculpe se eu te esfolei/Com as minhas esporas". Em caso de separação, o método de reconciliação é expedito: "E se a china for embora/Eu faço voltar à laço". E tem mais: "Quanto mais eu o o laço/Muito mais ela me adora/Mas o efeito do remédio que eu dei/Foi melhor do que pensei/Ela faz o que eu quiser/ Lava roupa, lava prato".
Vivenciando esta cultura musical desde criança, é visivel entre adolescentes, já presenciarmos atitudes possessivas de meninos em relação às meninas. Certo dia ouvi um relato de que o pai ficou feliz que o namoradinho da filha de apenas 16 anos estava “protegendo-a” ao nao deixar ir para determinados lugares. Possessividade é irmã gêmea do controle. Inclusive muitas meninas adolescentes e jovens possuem dificuldades em terminarem seus relacionamentos em função do machismo.
Para acabar com o feminicídio nao bastam leis rígidas contra os agressores, mas sim uma desconstrução dessa cultura da violência contra a mulher. Além dos trechos de músicas acima citadas, temos outras tais como: "Se te agarro com outro, te mato! Te mando algumas flores e depois escapo". (Sidney Magal); "Eu só sei que a mulher que engana o homem merece ser presa na colônia, orelha cortada, cabeça raspada, carregando pedra pra ar vergonha". (Bezerra da Silva). "Todo homem que sabe o que quer, pega o pau pra bater na mulher".Autor: Camisa de Vênus. “Agora já me vinguei. É esse o fim de um amor. Essa cabocla eu matei É a minha história, doutor”. (Tonico e Tinoco)
Por isso sempre devemos nos perguntar: que sociedade é essa que produz esses agressores, que matam aquelas que geram a vida!
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